sábado, 19 de junho de 2010

Reflexões variadas

Ao longo dos dias que se passaram, vi algumas notícias no jornal e decidi comentar algumas.


Famílias cortam no 'super' e farmácia, não em telemóveis
Acho que não é novidade nenhuma. O ser humano continua a viver para bens que não são essenciais, sem controlo nas suas utilizações. O aparelho está o dia todo junto de várias partes corporais, bolsos, etc. Para o bem da nossa saúde, convinha diminuir a sua utilização.
Cortar no supermercado também me parece real para muita gente, pois para além de gastarem dinheiro a mais com o telemóvel, é preferível comer menos para andar mais bem vestido e pagar prestações de um carro novo, muitas vezes sem necessidade.


Três em cada quatro alunos copia
Nas universidades, três em cada quatro alunos assumem copiar nos exames e 90% destes já o faziam no liceu. Às cábulas tradicionais vieram entretanto juntar-se métodos mais sofisticados, partilhados na Internet.
Também não me parece novidade. O ensino português está péssimo, isso não se pode negar. As pessoas vão para o trabalho sem vontade e a produtividade não é benéfica. Os jovens continuam a seguir áreas que não gostam, muitas das vezes ainda nem sabem o que devem seguir, mas como o mercado de trabalho está mau, tentam cursos para terem um bom emprego e para ganharem bem. É um erro grande da minha geração. Os pais também não ajudam nesta fase, pois com o seu grande ego (ou por aquilo que não conseguiram atingir na sua juventude, querendo que os filhos sejam e façam o que eles não foram), querem que o seu filho seja médico ou engenheiro, porque é bonito ter um filho assim. É algo maravilhoso ter um filho, mas saber dar-lhe educação e deixa-lo seguir os seus dons / gostos, é a parte mais difícil. Muitos pais passaram dificuldades na escola ou têm traumas passados e passam isso para os seus filhos. As crianças crescem com as paranóias dos pais, não têm tempo para serem eles próprios e deixam de receber amor e carinho, passando a ouvirem “raspanetes” e palavras desencorajantes no seu dia-a-dia. É para isto que vivemos? Onde está o amor, o respeito pelo outro ser? Ninguém é de ninguém, apesar dos laços criados. Há tantas crianças pelo mundo fora a passar fome, sem uma escola, sem um brinquedo, sem amor… a maioria das crianças de agora têm tudo, menos o que deviam: atenção, carinho, diálogo, espaço para crescerem felizes e desenvolverem saudavelmente a sua criatividade, sem tensões, pressões da parte dos outros. A taxa de suicídios, depressões, fugas de casa etc., seria bem menor.
Tenho uma amiga que seguiu medicina. Quando andava comigo na escola antes de entrar para a faculdade, ela chegava a fechar-se no wc para fugir do pai, sempre que tirava uma décima a menos. Ainda me lembro do pai ir ver e apontar as notas dos colegas de todas as turmas, e ela ficava em casa fechada no quarto. Quando ele chegava a casa, ralhava com ela e chegava a bater-lhe com um cinto, e acreditem, a rapariga é muito inteligente, na altura foi a aluna mais brilhante da escola, invejada por muitos e aclamada por todos os professores. Se ela tivesse nascido sem sucesso para os estudos, já estava morta. Ainda hoje, o pai dela não a deixa sair de casa no carro de ninguém (ela tem 25 anos), não a posso ir buscar para andar 50 metros de carro de casa dela até à pastelaria. Sempre a vimos como uma mulher infeliz, cheia de talento para a saúde e investigação e cheia de traços tristes do pai. Por acaso ainda nos damos muito bem, vai-se lá saber porque é que ela me adora e ainda sou a sua melhor amiga ;) eu achava-lhe muita piada, pois quando éramos novas, ela só falava em notas e testes e mesmo nas férias queria ir visitar a escola, e ás vezes, dizia-me assim (palavras que me divertiam muito): fui ver as tuas notas… como é que é possível? E tiveste negativas, és tão inteligente, podias ter notas tão boas como as minhas! E eu fazia um festim com aquilo e ela acabava por se rir também. Ainda chegamos a fazer algumas maluqueiras jeitosas :D ora não fosse eu maluca.
Continuamos a não dar atenção aos seres criadores e divinos que somos, aos nossos dons. Nunca se viu tantos profissionais de diversas áreas sem vontade de fazer o que fazem, sem vontade de trabalhar, sem paciência para atender o próximo. Apenas pensam no dinheiro. E com tudo isto, cresce uma sociedade e geração doente: ninguém se sente bem onde está, ninguém gosta do que faz, o nº de desempregados aumenta e a taxa de doenças, depressões e suicídios sobe. É triste limitarmo-nos tanto, acabamos por dar um fim à nossa vida e valores, que deviam ser tão valorizados por nós.
Muitos estudantes copiam porque não fazem um estudo regular. A vida académica para alguns é passada em bebida, noitadas e outro tipo de coisas. E estudar para saber o que se vai fazer no seu emprego futuro? Isso não interessa. Por experiência própria e também por observação, reparo que quem realmente estuda com prazer é quem ama o curso que frequenta, a área que seguiu. Isso é o mais importante, afinal, os jovens de hoje não sabem o que querem, não TÊM UM OBJECTIVO DE VIDA.


Acabar com os mitos
Exercício localizado faz perder gordura de forma localizada.
Facto ou Mito?
MITO!
Ao contrário do que muitos acreditam, a premissa de que os exercícios localizados permitem perder gordura nas zonas que estão a ser trabalhadas é falsa.
A realização de exercício localizado tonifica os músculos solicitados e, ao aumentar o dispêndio energético, pode contribuir para a perda de gordura corporal total. No entanto e de uma forma geral, não há uma relação directa de causa-efeito entre os locais mais estimulados e a maior mobilização de gordura destas mesmas zonas.
As actividades que mobilizem os grandes grupos musculares, como andar, correr, nadar ou andar de bicicleta, por exemplo, são as mais eficientes no aumento do dispêndio energético total. São, por isso, a variável mais importante para quem pretende diminuir peso em excesso.


Interessante… é impressão minha ou os ginásios baseados em programas de 30 minutos estão errados? Apesar dos ginásios e clínicas de estética terem crescido nos últimos anos e a tecnologia ter aumentado, as pessoas continuam a acreditar em tudo o que se diz. As propagandas são engraçadas: são sempre médicos ou profissionais credenciados que desenvolvem este tipo de projectos inovadores, eficazes e sem efeitos indesejáveis. Sou a favor do crescimento e desenvolvimento da tecnologia, mas não no aparecimento de coisas que fazem mal à saúde, apenas com o intuito de ganhar dinheiro. Não tenho qualquer problema em dizer que a maioria das clínicas que estão abertas (estéticas, solários, etc) e ginásios, fazem mal à saúde.
Mas… não esqueçamos que vivemos de aparências! O que interessam os efeitos colaterais? Isso nem existe, o que interessa é o aspecto final! E se por acaso alguém pergunta, leva 1 grande lavagem cerebral. E porquê? Porque hoje tudo é seguro: radiações, telemóveis, wireless, é tudo saudável e de baixo risco à saúde humana.
Sou contra os ginásios por vários motivos: não há ar fresco (só ar condicionado); muitas das máquinas não são desinfectadas; a música está alta demais (já li que música alta e falta de ar puro durante o exercício físico prejudica o pulmão); muitos dos exercícios e aulas não são indicados para as pessoas, acabando por o exercício ser mais intenso e forte. Vale mais entrar na moda das caminhadas e aprender tai chi ou chi kung, é mais benéfico, acreditem! Sou a favor de exercícios moderados ao ar livre em vez de sítios fechados cheios de poluição de vários tipos… isto para não falar de como o nosso campo áurico e energético fica depois de uma ida ao ginásio!



Cavalos do 'Príncipe da Pérsia' equipados pela Equicouro
Empresa de Leiria 'veste' os cavalos das grandes produções cinematográficas
Uma empresa de artigos equestres de Leiria "veste" os cavalos que entram nas grandes produções cinematográficas de Hollywood, de que são exemplo os filmes Robin Hood e o Príncipe da Pérsia.
No currículo da Equicouro - Correeiros, Lda., com sede na freguesia de Milagres, constam ainda outras obras como O Último Samurai, Irmãos Grimm, Alexandre, o Grande, O Senhor dos Anéis - O Regresso do Rei ou Crónicas de Nárnia 2.
Da fábrica, discretamente instalada num pequeno armazém, saíram selas, cabeçadas, mantas, loros, estribos, cilhas e peitorais, o equipamento completo do cavalo. "Têm todos a nossa marca, made in Portugal", afirma o sócio-gerente, Victor Domingues.
A empresa, onde trabalham seis pessoas e que no ano passado facturou um milhão de euros, tem no cinema 35% da sua actividade e no estrangeiro o seu grande mercado.
Victor Domingues explicou que foi há cerca de 25 anos na Feira Nacional do Cavalo, na Golegã, que a "sétima arte" se cruzou com a família que há três gerações cria e produz acessórios para equipar cavalos. Deste acaso com um fabricante francês surgiu o primeiro contacto com um produtor cinematográfico e a marca portuguesa Sócouro passou a fazer parte de muitos filmes. "Temos tido sorte", admitiu o empresário, reconhecendo que "bons produtos" e "bons preços" levam a novos clientes.
Por outro lado, Victor Domingues não esconde que existiu da parte dos empresários "vontade" em expor os produtos "nessas montras complicadas e muito difíceis", e onde a "concorrência é grande". "Queremos divulgar o que é nosso para os outros países. Isso também é uma meta para nós", acrescentou, certo de que quando os filmes onde a marca nacional está presente têm sucesso, o mesmo é dizer mais encomendas.
"Os filmes só são bons quando têm sucesso. Quando eles têm sucesso, a gente tem mais uma oportunidade de trabalho", declarou.
Uma das características que diferencia a empresa é a forma quase artesanal de produção. Por exemplo, cada uma das 60 selas para igual número de cavaleiros feitas para o filme Robin Hood teve pelo menos um dia de trabalho.
Além do cinema, a produção de artigos equestres para o lazer é outro dos mercados "mais fortes" da empresa de Leiria para a qual a crise é uma ficção e a dificuldade em contratar pessoal a realidade.
Victor Domingues reconheceu que esta situação impede a empresa de ter uma maior capacidade de resposta, apesar de nunca ter feito publicidade para aumentar os milhares de peças que anualmente são produzidos.
Algumas dessas peças "vestem" o cavalo montado por Jake Gyllenhaal e Gemma Arterton em O Príncipe da Pérsia - As Areias do Tempo, réplicas que o empresário mostra orgulhoso, habituado, quando visita estúdios de cinema, a ouvir a pergunta: "É este o português?"

Esta notícia foi a minha favorita! Fiquei muito feliz por saber que em Leiria, cidade bem perto de mim, se desenvolve este projecto! Já no filme Inimigos Públicos, o actor Johnny Deep usou chapéus feitos em Portugal. Aqui está uma prova de que o nosso país é grande em tudo o que faz ;) Quando fui ver o filme Princípe da Pérsia, mal sabia eu que algumas peças do lindo cavalinho eram MADE IN PORTUGAL :D

sábado, 5 de junho de 2010

Regresso ao Campo

Convido-vos a verem este fabuloso documentário (não sei se já acabou).
No site podem encontrar algumas fotos.
Não cheguei a ver do início, mas o que vi deliciou-me! muitos casais novos trocaram a cidade por casas lindas no meio do campo / serra. Fiquei feliz por ver um casal aqui na serra da Lousã com uma bela casa com piscina no meio das árvores numa aldeia serrana! ele trabalha nas eólicas e ela não me recordo do que fazia. Só sei que vi a casa e achei maravilhoso! Fizeram uma reconstrução magnífica. Apareceu outro rapaz da Lousã que vive numa aldeia e faz cultivo de plantas.

Também vi outro casal novo com cães, animais e um filho bebé numa casa de campo com um rio no meio do nada. A rapariga de vez em quando ia à cidade fazer algumas coisas que não podia entregar por internet (para o trabalho) e ele ficava com o filho. Foi fantástico vê-los felizes com os animais e a descerem de barco o rio com os amigos!

Lembro-me também que a pouca vizinhança idosa que vivia por perto achava que eles estavam naquele sítio no meio do nada para traficar droga!!! :D

Também apareceu uma rapariga nova que foi viver para o Alentejo e fazia trabalhos manuais muito bonitos. Chegou-se a ver uma loja muito antiga com coisas que já não existem.

Resumindo, adorei a reportagem e recomendo a todos! é possível realizar os nossos sonhos sem estar no meio da cidade, no meio da confusão. Temos que saber o que queremos e o que nos faz feliz. Eu já descobri o que me motiva, assim como o meu objectivo e estilo de vida! e tu, já descobriste o teu e já estás a fazer por isso? ;)


Fonte: http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/novidades/?k=Regresso-ao-Campo.rtp&post=22416

Regresso ao Campo
Como é a vida dos neo-rurais portugueses? Porque se decide ir viver para o campo?... Um documentário de Paulo Silva Costa, na RTP1

João Carvalho viveu onze anos em Londres. Teve êxito, mas fartou-se do frenesim citadino e dos horários das 9 às 5.

Optou por uma existência mais simples. Veio viver com a mulher e o filho recém-nascido para uma casa abandonada que descobriu através da internet e que comprou na Benfeita, em Arganil

Está a reconstruir a casa pelas suas próprias mãos. Só usa ferramentas manuais, e o mínimo de cimento ou de combustíveis fósseis.

O casal é vegetariano. Por isso, quando chega a hora de almoço, a mulher, Claire, tem apenas de descer às hortas abandonadas mais próximas para colher a próxima refeição. Também já fizeram vinho e cinquenta litros de azeite.

João desistiu propositadamente de uma vida com torradeiras e aquecimento eléctrico. Podia tê-la sem dificuldade, mas quer "viver com menos", como diz.

Claire e João são um exemplo de um grupo de novos rurais com crescente implantação nalguns partes esquecidas de Portugal, como é o caso da serra da Lousã ou do barrocal algarvio.

Os primeiros destes neo-rurais eram estrangeiros. Vinham de uma Europa Central então ameaçada por Chernobyl, à procura do últimos redutos naturais do Continente. Este movimento da populacão iniciou-se de resto já há décadas na Europa, mas só há pouco tempo ganhou alguma relevância social em Portugal.

Por cá, desde os anos quarenta do século passado que as migrações eram em direcção às cidades. Foi este êxodo rural que transformou Portugal num pais macrocéfalo, com um interior cada vez mais desertificado e a população concentrada no Litoral e sobretudo na área da Grande Lisboa.

"As pessoas abandonaram as áreas rurais e foram para as cidades à procura de trabalhos menos duros fisicamente, com remunerações mais elevadas ou pelo menos mais regulares, e à procura de melhores oportunidades para os filhos" - explica a geógrafa Teresa Alves, professora do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.

Ir para a cidade era então visto como uma ascensão social, qualquer que fôsse a vida das pessoas lá.

Mas o mundo rural mudou muito nos últimos trinta anos. Os tractores substituiram o trabalho braçal, e os subsídios comunitários tornaram mais fácil viver no campo. Hoje em todo o lado há supermercados, a toda a parte se chega num instante graças às auto-estradas, e a internet tornou possível viver no campo mas trabalhar em funções que outrora só na cidade se podiam exercer.

Valorizaram-se também socialmente modos de vida desprezados num passado recente. E iniciou-se outra migração interna, a mudança para o campo dos ex-citadinos...

Agora, os geógrafos até já distinguem diferentes grupos destes "neo- rurais": há os que partem por motivação ecológica, os que na reforma regressam à terra natal, aqueles que se dedicam ao teletrabalho, e até os desempregados por causa da crise...

São algumas dessas pessoas que fizeram a opção de ir viver para o campo que o documentário vai encontrar.

Contata-se que os novos rurais portugueses são muitas vezes os netos ou os filhos dos que partiram para as cidades no século passado. Querem mudar de vida, tal como os seus pais e avós, mas têm outros valores.

"Valorizam o seu próprio tempo e modos de vida mais solidários" - conclui Teresa Alves - "e vão á procura de actividades em equilíbrio com a natureza. Também são pessoas que têm uma cultura de território, e que buscam um lugar específico onde possam ser felizes".

Um documentário de Paulo Silva Costa, com imagem de Rui Lima Matos, genérico de Pedro Cerqueira, edição de João Gama, sonorização de Luís Mateus e produção de João Barrigana.

Estreia na RTP1, 17 de Abril, às 21h15m.

52 min, © RTP 201