sábado, 5 de junho de 2010

Regresso ao Campo

Convido-vos a verem este fabuloso documentário (não sei se já acabou).
No site podem encontrar algumas fotos.
Não cheguei a ver do início, mas o que vi deliciou-me! muitos casais novos trocaram a cidade por casas lindas no meio do campo / serra. Fiquei feliz por ver um casal aqui na serra da Lousã com uma bela casa com piscina no meio das árvores numa aldeia serrana! ele trabalha nas eólicas e ela não me recordo do que fazia. Só sei que vi a casa e achei maravilhoso! Fizeram uma reconstrução magnífica. Apareceu outro rapaz da Lousã que vive numa aldeia e faz cultivo de plantas.

Também vi outro casal novo com cães, animais e um filho bebé numa casa de campo com um rio no meio do nada. A rapariga de vez em quando ia à cidade fazer algumas coisas que não podia entregar por internet (para o trabalho) e ele ficava com o filho. Foi fantástico vê-los felizes com os animais e a descerem de barco o rio com os amigos!

Lembro-me também que a pouca vizinhança idosa que vivia por perto achava que eles estavam naquele sítio no meio do nada para traficar droga!!! :D

Também apareceu uma rapariga nova que foi viver para o Alentejo e fazia trabalhos manuais muito bonitos. Chegou-se a ver uma loja muito antiga com coisas que já não existem.

Resumindo, adorei a reportagem e recomendo a todos! é possível realizar os nossos sonhos sem estar no meio da cidade, no meio da confusão. Temos que saber o que queremos e o que nos faz feliz. Eu já descobri o que me motiva, assim como o meu objectivo e estilo de vida! e tu, já descobriste o teu e já estás a fazer por isso? ;)


Fonte: http://ww1.rtp.pt/icmblogs/rtp/novidades/?k=Regresso-ao-Campo.rtp&post=22416

Regresso ao Campo
Como é a vida dos neo-rurais portugueses? Porque se decide ir viver para o campo?... Um documentário de Paulo Silva Costa, na RTP1

João Carvalho viveu onze anos em Londres. Teve êxito, mas fartou-se do frenesim citadino e dos horários das 9 às 5.

Optou por uma existência mais simples. Veio viver com a mulher e o filho recém-nascido para uma casa abandonada que descobriu através da internet e que comprou na Benfeita, em Arganil

Está a reconstruir a casa pelas suas próprias mãos. Só usa ferramentas manuais, e o mínimo de cimento ou de combustíveis fósseis.

O casal é vegetariano. Por isso, quando chega a hora de almoço, a mulher, Claire, tem apenas de descer às hortas abandonadas mais próximas para colher a próxima refeição. Também já fizeram vinho e cinquenta litros de azeite.

João desistiu propositadamente de uma vida com torradeiras e aquecimento eléctrico. Podia tê-la sem dificuldade, mas quer "viver com menos", como diz.

Claire e João são um exemplo de um grupo de novos rurais com crescente implantação nalguns partes esquecidas de Portugal, como é o caso da serra da Lousã ou do barrocal algarvio.

Os primeiros destes neo-rurais eram estrangeiros. Vinham de uma Europa Central então ameaçada por Chernobyl, à procura do últimos redutos naturais do Continente. Este movimento da populacão iniciou-se de resto já há décadas na Europa, mas só há pouco tempo ganhou alguma relevância social em Portugal.

Por cá, desde os anos quarenta do século passado que as migrações eram em direcção às cidades. Foi este êxodo rural que transformou Portugal num pais macrocéfalo, com um interior cada vez mais desertificado e a população concentrada no Litoral e sobretudo na área da Grande Lisboa.

"As pessoas abandonaram as áreas rurais e foram para as cidades à procura de trabalhos menos duros fisicamente, com remunerações mais elevadas ou pelo menos mais regulares, e à procura de melhores oportunidades para os filhos" - explica a geógrafa Teresa Alves, professora do Instituto de Geografia e Ordenamento do Território da Universidade de Lisboa.

Ir para a cidade era então visto como uma ascensão social, qualquer que fôsse a vida das pessoas lá.

Mas o mundo rural mudou muito nos últimos trinta anos. Os tractores substituiram o trabalho braçal, e os subsídios comunitários tornaram mais fácil viver no campo. Hoje em todo o lado há supermercados, a toda a parte se chega num instante graças às auto-estradas, e a internet tornou possível viver no campo mas trabalhar em funções que outrora só na cidade se podiam exercer.

Valorizaram-se também socialmente modos de vida desprezados num passado recente. E iniciou-se outra migração interna, a mudança para o campo dos ex-citadinos...

Agora, os geógrafos até já distinguem diferentes grupos destes "neo- rurais": há os que partem por motivação ecológica, os que na reforma regressam à terra natal, aqueles que se dedicam ao teletrabalho, e até os desempregados por causa da crise...

São algumas dessas pessoas que fizeram a opção de ir viver para o campo que o documentário vai encontrar.

Contata-se que os novos rurais portugueses são muitas vezes os netos ou os filhos dos que partiram para as cidades no século passado. Querem mudar de vida, tal como os seus pais e avós, mas têm outros valores.

"Valorizam o seu próprio tempo e modos de vida mais solidários" - conclui Teresa Alves - "e vão á procura de actividades em equilíbrio com a natureza. Também são pessoas que têm uma cultura de território, e que buscam um lugar específico onde possam ser felizes".

Um documentário de Paulo Silva Costa, com imagem de Rui Lima Matos, genérico de Pedro Cerqueira, edição de João Gama, sonorização de Luís Mateus e produção de João Barrigana.

Estreia na RTP1, 17 de Abril, às 21h15m.

52 min, © RTP 201

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