quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

O LIVRO DO MAPA DO TESOURO

Era uma vez um pobre e modesto alfaiate, que sonhava muito tornar-se rico.

Um dia bateu à sua porta um viajante mercador. Dentre os vários objetos que viu, o alfaiate interessou-se tão-somente por um livro muito velho, de capa de couro, escrito num idioma que ele nem conhecia.

O mercador assegurou-lhe tratar-se de um livro que continha os segredos de um grande tesouro escondido por piratas. Muito já haviam tentado desvendar este mistério, sem sucesso.

O alfaiate comprou o livro, não pelas histórias do mercador, mas porque achou que poderia ganhar algum dinheiro ao revendê-lo.

À noite, entediado, decidiu examinar melhor sua aquisição. Por mais que lesse, nada entendia, mas, seu coração disparou quando conseguiu decifrar algumas palavras: "prata... ouro... jóias".

De imediato desistiu de revender o livro. Afinal, se houvesse mesmo ali um segredo de um tesouro, ainda não desvendado, ele não iria desperdiçar esta oportunidade única que bateu à sua porta.

Para decifrar o resto, o alfaiate percebeu que teria que estudar algumas línguas estrangeiras.

Dedicou-se por anos, sem nunca desistir nem se cansar. Todas as tardes, não via a hora de poder fechar a alfaiataria para poder voltar aos estudos.

Um dia um mensageiro trouxe-lhe uma convocação: O seu país precisava de seus préstimos como intérprete do rei, pelo que seria muito bem recompensado.

Atendeu a convocação, mas teve que deixar a profissão de alfaiate, pois não queria parar de estudar e o rei sempre o requisitava.

Comprou numa bela casa próxima ao castelo do rei, para não perder muito tempo se deslocando.

Como o livro tinha muitas figuras, cálculos e números, enveredou-se nos estudos da filosofia, física, aritmética e matemática. Em breve, também era requisitado para efetuar cálculos complicados para grandes edificações.

Ganhou muito dinheiro e tornou uma pessoa notória em seu país, mas, nunca parou de estudar nem de tentar decifrar seu estimado livro; tarefa que finalmente ele conseguiu, muitos anos depois. E o livro dizia o seguinte acerca do tesouro escondido:


"Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro. Mais preciosa é do que as jóias, e nada do que possas desejar é comparável a ela - Provérbios 3.14-16".


Conto folclórico oriental, recontado por Ronaldo A. Franco
Fonte:
www.metaforas.com.br

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